quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ironias de homens e mulheres

       Ela corria como uma louca. Não sabia se ia dar tempo. Tudo o que ela queria, era não perder aquele trem. O por que? O grande amor da vida dela estava prestes a partir pra nunca mais voltar. O pior de tudo é que ela sabia que tinha perdido a cabeça com ele na manhã anterior. Estava com uma cólica terrível, mas esse não era o motivo para jogar um vaso com flores na direção dele.
        Chegou, finalmente no ponto de ônibus:
        - Qual é o ônibus que vai para a estação de trem? - perguntou a um homem de rua que dormia no banco do ponto.
       - Eita senhora! - exclamou o velho levantando-se e apontando pra direção que ela havia vindo - É por lá! Você tem que voltar cinco quarteirões e virar à direita e depois na terceira à esquerda.
        Ela não acreditava nisso. Por que aquilo estava acontecendo com ela? Ela não era acostumada a andar de ônibus, porque quem a levava a todos os lugares, era o seu marido. Não tinha aprendido a dirigir, por confiança nele. Agora ele tinha pegado o carro para ir embora da vida dela! Correu mais ainda, sentindo suas pernas gritarem de dor. "Malditos salto alto!" reclamava. Ela apenas não tirava porque havia gastado uma grana com ele e não ia jogá-lo fora.
       Ela passou pelos cinco quarteirões e virou à direita. Parou. Havia entrado em uma rua sem saída. Estava perdida. Perguntou a uma mulher que estava saindo para o serviço onde era o ponto de ônibus. A mulher era alta  e esbelta. Usava uma linda roupa formal e botas de tirar o fôlego. Olhou de cima a baixo a coitada da menina que estava com o cabelo bagunçado pelo vento e com a respiração ofegante. Respondeu com a maior polidez possível.
       - Você volta pra avenida e  passa cinco quarteirões. Aí você chega no ponto de ônibus
       - O quê? O moço falou que aquele ponto não passava.
       A mulher deu de ombros. Depois perguntou abrindo um sorriso.
       - Se você quiser, eu te dou uma carona.
       As duas mulheres entraram no pequeno carro vermelho e saíram em direção ao tráfego. Buzinas soavam como um estádio em dia de jogo. A mulher no volante não ia nem pra frente nem pra trás. Depois de duas horas, a mulher a deixou na porta da estação. Ela agradeceu e foi correndo para o embarque. Seu coração batia forte. Ali estava o seu amor, esperando o trem. Ela se olhou no seu espelhinho de bolso e achou melhor se arrumar. Foi no banheiro, escovou seu cabelo, lavou o rosto, passou um blush e um batom (bolsa de mulher tem tudo) e saiu em direção ao amor.
      Foi se aproximando de fininho, e quando estava prestes  a pegá-lo de surpresa, ele a pegou de surpresa. A mulher que havia deixado ela na porta da estação, o beijava com muito amor. Ela não acreditava naquilo. Correu na direção dela e puxou pelo cabelo. Começou a gritar todos os nomes de baixaria que veio em sua mente na hora. Quando enfim, terminou de brigar com a coitada que falava todo tempo entre gritos que não sabia que ele era comprometido, olhou para o homem e disse.
       - Está acabado.
      Hoje, ela está trabalhando no serviço de seus sonhos, tem uma boa renda, vai para balada com as amigas e vive feliz. Ele, no entanto, todos os dias liga pra ela dizendo que mudou e quer voltar. Está gordo de tanta cerveja no bar com os amigos, pensando que ali, conseguirá uma mulher melhor.



     FIM

Morais (MORAIS MESMO) da história para as mulheres: Uma TPM não é o fim do mundo. Você está correndo como uma louca e não tira o salto alto: Você já está correndo como uma louca, todo mundo já está reparando em você, então, TIRE. Não esperem de seus maridos para dirigir, pois eles não ligam se vocês ficam sem carro, mesmo sabendo que pode ser importante pra vocês. Você se importa tanto para ficar bonita, mas não liga de fazer um barraco em público, e no final quer sair com a bola toda? Não preciso dizer nada aqui. 
Morais (MORAIS MESMO) da história para homens: Saiba que TPM é sim o fim do mundo, pra você. Incentivem suas mulheres a aprender a dirigir, porque sempre vão dizer que tem algo importante pra fazer com o carro. Se não sabe dar uma orientação, apenas diga: não sei! Todo mundo sai ganhando. Não se sinta o bambambã por pegar mais de uma ao mesmo tempo. Nós somos uma legião, e ficaremos sabendo. Acabamos com a sua vida. E deem valor pra quem vocês tem o amor, pois no final, apenas no final, vocês percebem que não vivem sem nós.!

2 comentários:

  1. Meio feminista não?
    E além do mais, notei certas coincidência... mera semelhança?

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  2. Jane Austen se baseava em sua vida assim virando a maior escritora inglesa de todos os tempos e reconhecida até hoje por todo o mundo! (chupaessa)

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